Arquivo mensal: março 2010

Querido Sigmund…

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Minha mãe e o Marido vendo o jogo do Cruzeiro na TV. Ela é chamada para torcer pelo time da vovó:
– “Vem ver, filhinha, se o Cruzeiro faz um gol?”
– “Gol da Paaaalmeiras!”

Palmeiras é o time da babá. Desconfio que está rolando uma doutrinação subliminar. O pai protesta:
– Que história é essa de Palmeiras?! Você torce para o time o papai. Qual é?”
– “Pauzeirooo!”

Sei não, sei não.

A mulher do zelador não pode saber

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– “Agora peraí que eu vou lá na putaria!”
Olhos arregalados de mãe e babá.
– “Na frutaria, Catarina?!”
– “Não, na putaria. Pu-ta-ria!”

Olhares de “onde ela aprendeu isso, pelamor?!” trocados.
– “Cat, quem te ensinou isso?”
– “Na putaria, onde mora o Salles, o Ivan…”

Que são. Nossos porteiros.

Medo do Lobo Mau

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Segunda frase do dia, ao acordar, lembrando do desenho dos Três Porquinhos visto ontem no YouTube:
“Papai, eu não gostei do Lobo Mau que pegou os Três Póquinhos! Eu fiquei com medo, brrrrrrrr!” [finge tremer e arregala os olhos]
– “Hã…?”
– “É que ontem ela viu o desenho e ficou com medo, né, filha? Mas depois ela viu que deu tudo certo no final.”
– “É, o homem salvou os Três Póquinhos!”
– “Homem, não, foi o porquinho que construiu uma casa de tijolo, bem forte, e o Lobo não conseguiu soprar…”
– “É, aquela outra casa era beeeeem magriiiiiinha…”
– “E você lembra o nome do porquinho?”
– “Era… Eraaaa…”
– “Prático, né?”
– “É. Parece prático-bolha!”

Registrrrrro

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No hospital, a Catarina não deixou só o mycoplasma. Deixou também seu Cebolinha interior.
Agora todas as palavrrras são bem prrrronunciadas, ainda que saia um “cororido” e um “srimples” de vez em quando. Acho que só “revista” é que continua a boa e velha “levíta” mesmo.

How do you solve a problem like this?

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Meus pais vieram passar uma semana aqui por causa da pneumonia. No sábado, véspera de eles irem embora, convidei uma parenta nossa para tomar um vinho e comer uma pizza com a gente.
Cat, vem dar oi para a Maria, ela chegou.”
Ela deu aquele olhar desconfiado de criança que acaba se ser apresentada a alguém novo e continou brincando com a Bebel no quarto.
Passa um tempo, a tia propõe uma ida à sala, para conversar com os avós e a visita:
“Não. Eu não quero sentar perto da Frolain.”
Fräulein. Maria.

[As gargalhadas foram tantas que ela passou o resto da noite dizendo Frolain. E sentou perto, bateu papo e mostrou brinquedos para ela.]